Um estudo europeu sobre artrite reumatóide revela que apenas seis por cento dos doentes tem acesso a medicamentos biológicos devido ao preço elevado, quando, segundo um especialista, um quarto dos pacientes necessita desta terapêutica.
Esta situação coloca Portugal na cauda da Europa no tratamento destes doentes, revela a mesma investigação.
"A principal conclusão do estudo é que Portugal tem uma prescrição de medicamentos biológicos de cerca de metade da média da Europa", disse à agência Lusa Jaime Branco, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), na véspera de se assinalar o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.
Jaime Branco adiantou que o "preço muito elevado destes fármacos por comparação com os medicamentos usados anteriormente traduz-se na baixa prescrição [cerca de seis por cento]", acrescentando que um quarto dos doentes tem indicação para fazer este tratamento.
O estudo revela ainda que o custo médio anual por doente é de 7492 euros, valor que coloca Portugal em 20. lugar entre 31 países.
Portugal tem "grande carência" de reumatologistas
Portugal tem uma grande carência de reumatologistas dada a grande prevalência deste tipo de doenças que são a principal causa de incapacidade temporária no país, disse à Lusa a especialista Margarida Oliveira.
Esta reumatologista será a responsável pela primeira escola de ecografia musculo-esquelética que está a ser criada em Portugal e deverá começar a fazer formação externa ainda este ano.
Esta é uma das novidades que estará em foco no XV congresso português de reumatologia, que reúne no Funchal, a partir de terça feira cerca, de 700 profissionais desta área de saúde durante três dias.
"Há uma grande carência de reumatologistas em Portugal", disse, mencionando existirem apenas cerca de 150 especialistas nesta área em todo o país, sendo que entre "20 e 30 por cento das queixas nas consultas" se relacionam com este tipo de doenças.
Margarida Oliveira salientou que os reumatologistas consideram a ecografia "um excelente método de diagnóstico em certas patologias músculo-esqueléticas e traumáticas, por ser relativamente acessível, inócua e de fácil execução na rotina da consulta".
De acordo com dados divulgados, as doenças reumáticas são responsáveis por 30 por cento de mobilidade reduzida e 46 por cento dos dias de absentismo laboral a nível nacional.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico) Com Lusa
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