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18 de fevereiro de 2012


Síndrome do Olho Seco atinge 10 a 20% da população

25/01/2012 - 08:50
A síndrome vulgarmente chamada de “olho seco”, é uma patologia inflamatória que atinge 10 a 20% da população adulta e, segundo a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), a sua incidência tem vindo a aumentar. Desconforto ocular, ardor, sensação de corpo estranho e olho vermelho são alguns dos sintomas de alerta para esta e outras formas de inflamação ocular, avança a sociedade, em comunicado de imprensa.

Segundo Ana Paula Sousa, coordenadora do Grupo de Inflamação Ocular da SPO, o “olho seco pode ser consequência da diminuição da produção de lágrima ou da deficiência de alguns dos seus componentes. Está relacionado com causas ambientais (poluição, ar condicionado), profissionais (uso excessivo de computador - insuficiente pestanejo), uso prolongado de lentes de contacto, com o processo natural de envelhecimento ou pode ser um efeito secundário de alguns medicamentos”.

A especialista refere que “é importante lembrar que esta síndrome pode ser manifestação de doenças sistémicas, particularmente as do foro imunológico (artrite reumatóide; lúpus eritematoso disseminado; Síndrome de Sjögren ou sarcoidose).” Já o tratamento, “ é sintomático: devem ser utilizadas substâncias lubrificantes, denominadas lágrimas artificiais”.

O “olho seco” é apenas uma das manifestações das inflamações que podem afectar as estruturas extra-oculares, em particular a superfície do olho. As situações mais frequentes ocorrem nas pálpebras – as blefarites, e na conjuntiva - as conjuntivites - que podem ser de origem alérgica ou infecciosa. Neste último caso é essencial prevenir o contágio, utilizando medidas de higiene, e tratar com antibióticos na forma de colírios ou pomadas.

Ana Paula Sousa afirma ainda que as inflamações podem surgir dentro do olho, estando associadas a doenças sistémicas, podendo ser a sua primeira manifestação. As origens possíveis são doenças infecciosas como a tuberculose, sífilis, toxoplasmose, a sida ou patologias auto-imunes como a espondilite anquilosante, a artrite reumatóide, o lúpus eritematoso disseminado, a esclerose múltipla.

A oftalmologista explica que os “processos inflamatórios intra-oculares são geralmente designados por uveíte ou inflamação da úvea. Os sintomas são geralmente baixa da visão, olho vermelho, dor ocular, fotofobia e “moscas volantes”. A sintomatologia e a gravidade do quadro clínico variam conforme a estrutura anatómica atingida, mas se não forem detectadas e tratadas precocemente, estas inflamações podem conduzir à cegueira”.

Os métodos de tratamento e diagnóstico destas patologias sofreram uma “verdadeira revolução, o que tem contribuído para um melhor prognóstico das inflamações intra-oculares”, conclui Ana Paula Sousa.

As inflamações dos olhos vão estar em debate no dia 28 de Janeiro, na reunião do Grupo Português de Inflamação Ocular, que se vai realizar no hotel H2O em Unhais da Serra. Manuela Carmona, presidente da SPO, explica que a actualização científica nesta área da oftalmologia é fundamental porque as inflamações, particularmente as que atingem as estruturas intra-oculares, “são situações oftalmológicas graves, que obrigam a uma avaliação médica interdisciplinar, numa tentativa de chegar a um diagnóstico e instituição de uma terapêutica correcta e atempada de modo a minorar os danos do globo ocular e preservar a visão”.
 


Dois em cada cinco adultos com artrite reumatoide são fisicamente inativos


Iniciativas para reverter este quadro precisam suprir a falta de motivação para se exercitar, bem como promover os benefícios da atividade física
 
Um novo estudo - The Public Health Impact of Risk Factors for Physical Inactivity in Adults with Rheumatoid Arthritis - publicado no Arthritis Care & Research descobriu que dois em cada cinco adultos com artrite reumatoide são inativos, ou seja, não praticam exercícios físicos. 
 
A artrite reumatoide é uma doença crônica autoimune caracterizada pela inflamação articular sistêmica, que pode danificar articulações, prejudicar a função motora e causar incapacidade significativa. “Até o início dos anos 80, os reumatologistas recomendavam medicação e descanso para os que eram diagnosticados com a doença. No entanto, as evidências médicas atuais sugerem que a prática regular e moderada de exercícios físicos pelos pacientes artríticos  mantém a flexibilidade das articulações, melhora o equilíbrio, fortalece os músculos e reduz as dores”, afirma o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.
 
Embora já existam muitas evidências dos benefícios da atividade física para o tratamento da artrite, os pacientes com a doença, geralmente, não são fisicamente ativos. E os médicos que atendem a estes pacientes, muitas vezes, são omissos diante deste quadro e não incentivam a atividade física regular de seus pacientes. 
 
Segundo o autor do estudo, Jungwha Lee, professor assistente do Departamento de Medicina Preventiva Medicina da Northwestern University Feinberg School of Medicine, em Chicago, Illinois, “sua pesquisa tem como objetivo ampliar a compreensão dos fatores de risco associados com a inatividade entre os adultos com artrite reumatoide, visando incentivar intervenções clínicas que promovam a participação do paciente em atividades físicas."
 
Para isto, Lee e sua equipe analisaram dados de 176 pacientes com artrite reumatoide, com 18 anos ou mais, inscritos num estudo randomizado para avaliar a eficácia da intervenção médica, visando promover a atividade física.  Os resultados revelaram que:
 
42% dos pacientes com artrite reumatoide eram inativos;
53% dos participantes do estudo disseram não ter motivação para realizar atividades físicas;
49% não tinham informações relevantes sobre os benefícios da atividade física. 
 
"A inatividade física entre os pacientes com artrite reumatoide é um problema de saúde pública. Os resultados da pesquisa sugerem que iniciativas para reverter este quadro precisam suprir a falta de motivação para se exercitar, bem como promover os benefícios da atividade física para reduzir a prevalência de inatividade em pacientes com artrite”, explica o reumatologista.