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9 de abril de 2010

o que todos sabemos...nos doentes reumaticos :s:s


Jaime Branco diz que as doenças reumatológicas são as mais prevalentes na raça humana
Portugal precisa do dobro dos reumatologistas que tem
Portugal tem metade dos médicos reumatologistas do que aquilo que seria o mínimo exigível, disse ontem o Professor Doutor Jaime Branco, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, à margem do XV Congresso Português de Reumatologia, que está a decorrer num hotel do Funchal.
«Teremos cerca de 130 reumatologistas, contando já com os internos e precisávamos de ter, no mínimo, 260», especificou.
Conforme explicou, a reumatologia abrange um grande número de doenças (mais de 100), algumas com subtipos. Todos os estudos apontam para que a prevalência seja superior a 20 por cento. «Isto é, num determinado momento em que façamos qualquer estudo epidemiológico, mais de 20 por cento da população tem queixas reumáticas», exemplificou.


A doença mais prevalente


Jaime Branco salientou que nem todas as doenças reumatológicas têm o mesmo tipo de gravidade, mas «são a doença mais prevalente na raça humana». A mais frequente é a artrose, ou doença degenerativa das articulações.
O principal sintoma da doença é a dor. «São muito raras as doenças reumáticas que não são acompanhadas por dor, localizada no sistema muscular esquelético; pode ser uma dor muscular, articular, no tendão, óssea ou um conjunto de dores em todos estes elementos que constituem o sistema muscular esquelético», disse o especialista.
Outro dos aspectos da doença são as deformações. «Se a doença evoluiu sem tratamento durante um tempo suficiente as pessoas podem ter deformações. Se for osteoporose, podem ter uma fractura».
Para além disso, a doença pode tornar-se incapacitante.
«Pode ser uma incapacidade para o trabalho, mas pode ser também uma incapacidade, se a doença for suficientemente grave, para as actividades básicas da vida diária (vestir, despir, calçar, comer, etc.)», frisou o médico.
Jaime Branco disse que, dependendo do grau de incapacidade, o doente pode ter necessidade de um curador, isto é, de alguém da família ou não, que o possa ajudar nas actividades que já não consegue desempenhar sozinho.


Custos sociais e económicos


A situação, muitas vezes, traz problemas económicos ao doente, que «não tem o rendimento financeiro, porque deixou de poder trabalhar, mas precisa de ter dinheiro para pagar a quem o cuide», exemplificou.
Por outro lado, se o cuidador for da própria família do doente, acaba também por ter algumas consequências na sua vida. Isto é, o familiar deixa de ir trabalhar para poder levar o doente ao médico ou para o ajudar a fazer tratamentos, ou tem de trabalhar mais horas em casa, depois da sua actividade profissional, para poder fazer outro tipo de terapêuticas ao doente», disse Jaime Branco.
O especialista salientou que as doenças reumáticas «não matam, como por exemplo a SIDA, as doenças cardio-vasculares ou as doenças neoplásicas (cancro), mas, para além de serem as mais prevalentes na raça humana, são as principais responsáveis pelas consultas nos cuidados de saúde primários, são a primeira causa de baixa por doença e, também, a primeira causa de reforma antecipada por invalidez».


Causas são de vária ordem


As causas deste tipo de doença são variadas, diz o médico. Isto porque «estamos a falar de um conjunto inúmero de doenças».
A título de exemplo, Jaime Branco diz que «as causas da osteoporose são completamente diferentes da artrite reumatóide ou da fibromialgia, ou da gota úrica, por exemplo».
No seu conjunto, estas doenças podem ter, entre outras, origem genética, ambiental ou alimentar.
Jaime Branco disse que a artrose, é mais frequente nas pessoas obesas, afectando as articulações do joelho e da anca.
A osteoporose, por seu turno, é mais frequente em pessoas com alimentação deficitária em cálcio, ou que fumem ou bebam em excesso e é muito rara na raça negra.
As doenças reumatológicas podem afectar crianças, o que leva Jaime Branco a dizer que aí a origem é, essencialmente, genética.
«Quanto mais cedo começa a doença na vida, menos influência tiveram os componente ambientais», resumiu.
A maior parte das doenças reumáticas são crónicas, isto é, não têm cura. O diagnóstico precoce é vital para o seu tratamento.


Estudo epidemiológico em preparação


Jaime Branco aproveitou para anunciar que está a ser preparado um Estudo Epidemiológico das Doenças Reumáticas em Portugal. Para um universo de 9.000 pessoas a serem abrangidas pelo estudo, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia conta gastar, sem IVA, entre 1,2 e 1,4 milhões de euros. Jaime Branco salienta que estes números se referem apenas ao território continental, mas admite que se está a tentar integrar a Madeira e os Açores. Hipótese que, como disse, depende apenas do financiamento, visto que a integração das Regiões Autónomas faria elevar os custos do estudo.



1 comentário:

Unknown disse...

olá. a dias leio o seu blog e tiro minhas duvidas, e hoje resolvi escrevr a vc. Eu também tenho AR, e adoraria poder trocar essas informações com vc. Obrigado pelo blog,queria saber mais de vc. meu i mail idenilima@ig.com.br.