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28 de abril de 2010

PODEM PEDIR,MAS VEM RECUSADAS!!


Um em cada dez doentes com artrite reumatóide pede reforma antecipada
Lisboa, 05 abr (Lusa) - Um em cada dez doentes com artrite reumatóide foi "obrigado" a pedir a reforma antecipada devido ao impacto da doença, segundo um inquérito que será divulgado hoje para assinalar o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.
O inquérito nacional "Artrite Reumatóide em Portugal - Viver ou Sobreviver?", foi realizado durante 2009 pela Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) junto de portugueses com esta doença e associados da instituição.
Segundo o estudo, cerca de 26 por cento dos inquiridos afirmam que a doença tem muito impacto na sua actividade profissional.

QUE ANDIANTA PEDIR SE SE VEM RECUSADAS...INFELISMENTE PORTUGAL ESTA CADA VEZ PIOR




Artrite reumatóide: doença afeta, principalmente, a capacidade laboral e a qualidade de vida


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Se a pessoa já tem artrite reumatóide, encontrará certa dificuldade para digitar porque a mão vai se deformando com a doença. Mas, se ela consegue trabalhar, não precisa afastar-se do computador, porque ele não interfere na evolução da doença


Segundo o estudo português Artrite Reumatóide em Portugal - Viver ou Sobreviver?, divulgado no início de abril, em Portugal, um em cada dez doentes com artrite reumatóide, naquele País, foi "obrigado" a pedir a aposentadoria antecipada devido ao impacto da doença. A pesquisa, realizada, em 2009, pela Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide, Andar, revelou também que os pacientes que se aposentaram antecipadamente devido à artrite reumatóide continuam se queixando do seu estado de saúde, mesmo depois de abandonar as atividades laborais. De acordo com a associação, em Portugal, a artrite reumatóide atinge mais de 40 mil pessoas, e as mulheres, entre os 30 e os 50 anos, são as grandes vítimas desta doença que atinge principalmente as articulações.

“ A doença é a segunda patologia reumática que mais acomete a população no Brasil, só sendo superada pela osteoartrose. Especialmente, nas pessoas com mais idade, essa doença provoca deformidades nas articulações e as mãos adquirem características típicas do reumatismo. No Brasil, as doenças reumáticas representam o segundo maior gasto do país relativo às faltas ao trabalho e à aposentadoria por invalidez. Como a artrite reumatóide é uma doença grave, progressiva e incapacitante, para requerer o benefício por incapacidade é preciso marcar uma perícia médica no INSS”, explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

Atualmente, tramita no Senado Federal, o Projeto de Lei  N °467/03 que pretende estender aos servidores portadores de lúpus, epilepsia ou artrite o direito à aposentadoria com proventos integrais. Em sua justificativa, o senador autor da proposta ressalta as características das três doenças, suas consequências para o ser humano, o fato de serem incuráveis e como esses males acabam por incapacitar o trabalhador para as suas tarefas diárias.

Manifestações do reumatismo

O reumatismo é uma doença que acomete crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, e existem tipos preferenciais de acordo com a idade. A febre reumática, por exemplo, acomete principalmente crianças. O lúpus eritematoso sistêmico, uma doença auto-imune, em geral, se manifesta no sexo feminino, durante a puberdade, quando ocorrem alterações hormonais em virtude da transformação do sistema endócrino. “Já nas pessoas de mais idade, os tipos predominantes são, sem dúvida, a artrose e a artrite reumatóide”, diz o reumatologista.

Em geral, quando falamos em artrite, estamos nos referindo à artrite reumatóide, doença que envolve alterações de genes ligadas a um fator externo que não se conhece exatamente qual seja, mas que desencadeia o processo. “Comumente, é fácil encontrar pessoas que fazem confusão entre artrose e artrite. Basicamente, a diferença entre osteoartrite, nome correto da artrose, e artrite reumatóide é que a primeira acomete pessoas de idade mais avançada, enquanto a segunda pode ocorrer em todas as idades e sua incidência é maior no sexo feminino”, afirma o diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

Em relação ao tipo de articulação atingida, há também algumas diferenças. “Embora ambas acometam as mãos, na artrite reumatóide, as articulações envolvidas são as mais proximais, ou seja, as mais próximas do punho e o próprio punho”, diz Lanzotti. Na osteoartrite, são mais atingidas as articulações distais, especialmente a interfalangiana distal, localizada mais perto das unhas e há a formação de pequenos nódulos, chamados nódulos de Heberben.

Praticamente todas as pessoas com mais de 60 anos têm artrose. “Por isto, é preciso proteger tudo o que está em volta das articulações: ligamentos, tendões, músculos. A atividade física correta ajuda a manter e a desenvolver adequadamente as estruturas que cercam a articulação a fim de garantir a movimentação”, explica Sergio Lanzotti.

Se a pessoa tem uma dor no joelho e fica sentada o dia todo assistindo à televisão, os músculos acabam se atrofiando e, um dia, ela não se levantará mais. “O paciente acha que a artrose destruiu seu joelho. Grande parte das vezes, a doença é discreta, mas não há mais músculos para andar. Por isso, os cuidados com os idosos estão mais ligados à preservação dessas estruturas do que propriamente ao tratamento direto da articulação”, alerta o médico. Atualmente, existem medicamentos anti-artrósicos, que bloqueiam ou diminuem a ação da osteoartrose. “O transplante de cartilagem  já existe, porém ainda é considerado um método com limitações e que não apresenta a efetividade que se esperava  do método,  no início de seu emprego”, observa o diretor do Iredo.

Já quem sofre com artrite reumatóide apresenta alterações na articulação metacarpofalangiana, que se localiza entre os ossos da mão e a primeira articulação dos dedos. Estes desvios são chamados de desvios cubitais. “Normalmente, os tendões flexores e extensores dos dedos precisam ficar bastante equilibrados. Quando as articulações metacarpofalangianas inflamam, eles se deslocam para o lado cubital. Disso decorre outra alteração importante, o zigue-zague da articulação interfalangiana proximal. Essa deformidade é chamada de pescoço de cisne, por causa da conformação que o dedo assume se visto de perfil”, explica Sergio Lanzotti.

Muitas dores...

Quem tem artrite reumatóide se queixa de uma dor constante, que vai deixando o paciente irritado e, posteriormente, deprimido. “No começo, dor e rigidez se manifestam só pela manhã. O paciente acorda e se ‘sente enferrujado’. Suas mãos estão duras e doloridas e só depois de uma hora voltam ao normal. Daí em diante, os sintomas desaparecem para reaparecer na manhã seguinte. Isso acontece porque o processo inflamatório está começando a estabelecer-se e, durante o repouso, a pessoa acumula líquido dentro das articulações. Quando acorda, enquanto não se movimenta o bastante para reduzir a quantidade de líquido dentro da cápsula, a dor não desaparece”, esclarece o médico.

Um dos problemas dos quadros de artrite reumatóide é que os pacientes se acostumam com estes sintomas matinais e deixam de procurar o médico quando eles aparecem. “Os que procuram um médico especialista no estágio inicial  do quadro, terão um  melhor prognóstico da doença,  pois o reumatologista pode indicar a medicação mais adequada para cada caso, o que proporcionará ao paciente uma evolução muito melhor. Como para estabelecer um quadro completo da doença, registrando alterações clínicas e laboratoriais, é necessário tempo, no caso de suspeita de artrite reumatóide, é possível ir tratando a doença para evitar os sintomas desagradáveis dela decorrentes”, conta Lanzotti.

Tratamento apropriado

No passado, esperávamos que os sintomas da artrite reumatóide ficassem realmente incômodos para iniciar o tratamento porque os efeitos colaterais dos remédios eram problemáticos. “Hoje, há uma tendência entre os reumatologistas de iniciar precocemente o tratamento para que as deformidades - motivo pela qual a doença se torna incapacitante - não surjam. No entanto, o tratamento de doenças com conotação genética visa tirar o paciente da crise e  fazer com que ele volte ao seu estado normal, porque houve uma remissão da doença. Isso acontece com inúmeras patologias:  diabetes, hipertensão, bronquite asmática, enxaqueca. O reumatismo se encaixa neste quadro também. É uma doença incurável, que demanda tratamento contínuo, mas que permite que o paciente leve uma vida normal”, explica o reumatologista.

Sergio Lanzotti explica que, nos últimos anos, os avanços no tratamento da artrite reumatóide foram muitos. “Há 50 anos, quando surgiu a cortisona, ela era utilizada amplamente nos pacientes que sofriam de artrite com excelentes resultados no combate à dor. Achávamos que tínhamos encontrado a cura para a artrite reumatóide. Pouco tempo depois, porém, verificou-se que os efeitos colaterais dos corticóides, especialmente em doses altas, eram piores do que a própria doença e o uso de cortisona foi cada vez menos indicado. Hoje, sabemos que doses pequenas de corticóides, aplicadas por períodos curtos, desempenham papel importante no tratamento da artrite reumatóide”, diz o médico.

A descoberta de novos antiinflamatórios foi mais uma arma para fazer com que a doença regrida. “Os medicamentos produzidos por engenharia genética são opções terapêuticas, mas por serem extremamente caros impedem a utilização ampla pela população afetada pela doença.  Estamos confiantes nas novas pesquisas, pois, cada vez mais, estamos chegando mais perto dos genes responsáveis pelo aparecimento da doença. Na hora em que conseguirmos manipulá-los para impedir sua manifestação, terá sido dado o passo definitivo para o controle dessa enfermidade”, explica o  reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

JA DEVERIA SER ..NAO DEVERIA ESTAR AS ER AINDA ESTUDADA!!


Doentes com artrite querem medicação comparticipada

Secretário de Estado da Saúde prometeu avaliar assunto à ANDAR,uma associação de doentes


O secretário de Estado da Saúde prometeu ontem uma "avaliação" à possibilidade do Estado vir a comparticipar em 100% os medicamentos considerados essenciais para o tratamento da artrite reumatóide, uma doença crónica que afecta 30 mil portuguese.
Miguel Pizarro respondia ao apelo lançado por Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR), durante as comemorações do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.
"Há doentes que já interromperam a medicação por dificuldades económicas", disse, pedindo ao secretário de Estado para que "apoie" estas pessoas e "comparticipe" a compra dos medicamentos. Pizarro lembrou que o Governo já comparticipa a 100% as terapêuticas biológicas "as mais dispendiosas de todas", mas prometeu que na reunião que manterá na próxima semana com a ANDAR, analisar se "se justifica" ou se é "sustentável" comparticipar outros medicamentos.
A ANDAR aproveitou também para comemorar os seus quinze anos de existência e adiantou parte dos dados de um inquérito que realizou e cujas conclusões serão reveladas em Outubro.
António Vilar, reumatologista e secretário-geral da associação, adiantou que "surpreendeu" o facto de 30% dos doentes terem considerado o seu estado mau ou muito mau. Dados europeus revelam que as terapêuticas existentes permitem controlar os sintomas em 90% dos doentes e que em dois terços atinge-se uma remissão da doença.
Os dados portugueses significam, segundo este médico, "que não estamos a conseguir o nível de performance que a medicação de que hoje dispomos permite".
O diagnóstico precoce é fundamental para o controlo desta doença, daí o apelo lançado aos médicos de família para que remetam os seus doentes para os reumatologistas, aos primeiros sintomas. A formação contínua destes médicos é também fundamental para que esse diagnóstico precoce seja efectivamente feito. "Quando uma articulação incha, dói, fica quente e tudo isto persiste para além das seis semanas, o doente deve ir ao seu médico e este deve referenciá-lo e enviá-lo para os especialistas". A necessidade de mais reumatologistas foi outro apelo lançado, mas, desta vez, tanto por António Vilar, como por Viviane Tavares, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia. "É necessário um diagnóstico precoce e a formação dos médicos de família para que ao mínimo sinal enviem os seus doentes para o reumatologista. Mas para isso, é preciso que o reumatologista esteja lá", disse.


POR MIM FALO..




60% dos doentes reumáticos têm má qualidade de vida


Cerca de 60% dos doentes reumáticos têm pior qualidade de vida do que a restante população. Há ainda uma relação clara entre a qualidade de vida e a dor, sendo que são os doentes com fibromialgia os que apresentam pior qualidade de vida, seguindo-se os que sofrem de osteoartrose e artrite reumatóide, revela um estudo do Instituto Português de Reumatologia (IPR), citado pela Cooprofar, em comunciado de imprensa.

A Reumatologia é o tema a abordar num curso de formação que a Cooprofar vai promover em colaboração com o IPR. A parceria para esta acção formativa resulta de um protocolo firmado entre as entidades e que prevê várias iniciativas conjuntas.

"Conceitos Básicos e Aconselhamento em Reumatologia" dá nome ao curso técnico-científico destinado a toda à equipa da Farmácia no sentido de aprofundarem conhecimentos e competências nesta área.

Com a duração de sete horas, a formação obedece ao conceito de descentralização das acções formativas que a Cooprofar promove, por isso, realiza-se nas instalações da Cooprofar em Gondomar (15 de Maio), no Hotel Meliá Ria em Aveiro (22 de Maio) e em Alcochete (29 Maio).

Segundo o Departamento de Formação da Cooprofar, o conteúdo programático espelha a evolução rápida dos conhecimentos nas diversas áreas que se cruzam com a reumatologia. O objectivo é o de abordar, de forma multidisciplinar, a clínica e a terapêutica das doenças reumáticas no sentido de dotar o profissional farmacêutico com o melhor aconselhamento ao utente.

Breves noções de Semiologia em Reumatologia; Osteo-artrose e outras Patologias articulares degenerativas; Osteoporose e outras doenças metabólicas; Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriática e outras Espondilartropatias; Artrite Reumatóide e outras doenças reumáticas inflamatórias; Síndromas Músculo-Esqueléticos difusos – Fibromialgia são algumas das áreas a abordar.

As doenças reumáticas atingem mais de 20% da população e são das principais responsáveis pelos elevados custos com a saúde, seja em consultas, exames, medicamentos ou cuidados de reabilitação.

Além disso, segundo o Programa Nacional contra as Doenças Reumáticas "ocupam o 2º ou 3º lugar dos encargos decorrente do consumo de fármacos; constituem a primeira causa de incapacidade temporária; são responsáveis por 17% dos casos de acamamento definitivo, por 43% dos dias de absentismo laboral por doença e estão ainda na origem do maior número de reformas antecipadas por doença, ou seja, 35% a 41% do seu total".

Manter um estilo de vida saudável, fazer exercício físico e identificar precocemente os sinais de alerta, são formas importantes de diminuir a possibilidade de desenvolver doenças reumáticas, adverte o IPR.
2010-04-28 | 10:02


9 de abril de 2010

Novidades da reumatologia em debate


700 delegados reunidos em congresso a partir de hoje no Funchal
Novidades da reumatologia em debate 
O XV Congresso Português de Reumatologia, iniciativa da Sociedade Portuguesa de Reumatologia com a colaboração do Serviço de Reumatologia do Hospital Central do Funchal, tem início hoje com a sessão de abertura a ser presidida pelo líder do Executivo Regional, Alberto João Jardim.
No encontro magno de três dias, estarão presentes cerca de 700 profissionais de saúde na área da reumatologia e outras especialidades que se cruzam com este ramo da medicina.
Em foco estarão em discussão as mais recentes novidades na área e serão analisadas formas de diminuir o impacto negativo que este tipo de patologias acarreta.
Estima-se que, em Portugal, as doenças reumáticas têm uma prevalência de 20 a 30 por cento, constituem a primeira causa de incapacidade temporária, sendo ainda responsáveis por 30 por cento dos casos de mobilidade reduzida e por 46 por cento dos dias de absentismo laboral.
Amanhã, será apresentado um estudo europeu que revela que num universo de 27 países, Portugal encontra-se entre os cinco piores, no que diz respeito ao número de reumatologistas existentes e o acesso às terapêuticas é reduzido.
No âmbito do XV Congresso Português de Reumatologia que decorre a partir de hoje no Funchal, a Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) e a Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas (LPCDR) realizam amanhã uma mesa redonda dedicada ao tema “Associações de Doentes”.




Registo Nacional de doentes reumáticos é criado pela primeira vez em Portugal




Registo Nacional de doentes reumáticos é criado pela primeira vez em Portugal




Os Registos Nacionais (RN) dos Doentes Reumáticos, iniciativa da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), são o primeiro programa informático com dados clínicos dos doentes que permite o conhecimento exacto sobre a prática da reumatologia no nosso país e o aumento da qualidade clínica dos cuidados de saúde, fomentando estudos epidemiológicos de impacto internacional. Os resultados deste projecto com múltiplas potencialidades serão apresentados oficialmente a 8 de Abril, às 16:00, no XV Congresso Português de Reumatologia, avança a SPR, em comunicado.




Augusto Faustino, Presidente da Comissão Coordenadora dos RN, afirma que este programa “é um desafio estimulante mas também uma enorme responsabilidade da Reumatologia Portuguesa - com relevância clínica, política e socioeconómica - sendo fundamental que os reumatologistas se sintam motivados a participar, individual e colectivamente, e comprometendo-se a SPR a criar condições que facilitem a sua colaboração e a desenvolver situações de equidade na utilização desta ferramenta clínica”.

A importância dos RN é reconhecida pelas autoridades de saúde (Direcção-Geral da Saúde e Infarmed), verificando-se uma cooperação estreita com as mesmas, no sentido de colaborarem na regulamentação de acesso e utilização dos fármacos biológicos para as doenças reumáticas. Existem actualmente cinco registos para as patologias inflamatórias, nomeadamente para os doentes com artrite reumatóide, espondilite anquilosante, artrite idiopática juvenil e artrite psoriática. Cada vez mais representativo é o registo nacional de doentes com artrite reumatóide que utilizam terapêuticas biotecnológicas (BioRePortAR), que conta já com o registo de 380 doentes, sendo 88.4% do sexo feminino. Sabe-se que o Hospital Santa Maria tem o maior número de registos  com 108 doentes, seguido do Instituto Português de Reumatologia, com 74 doentes registados.

Os objectivos a médio e longo prazo dos RN passam pelas seguintes acções: criação de uma plataforma WEB para a Direcção-Geral da Saúde para registo de dados dos doentes a quem é prescrita terapêutica biológica (como condição para a sua dispensa hospitalar). Esta plataforma proporcionará uma garantia de utilização adequada dos fármacos, com critérios de rigor na introdução em tratamento, critérios de manutenção em tratamento e monitorização de segurança (eventos adversos); criação de uma plataforma WEB que permita um acesso fácil aos RN por parte de qualquer médico; criação de registos para o maior número de patologias reumáticas inflamatórias; estabelecer o acesso, utilização e divulgação de dados obtidos através destes registos, conclui o comunicado.
2010-04-07 | 15:47




Um estudo europeu sobre artrite reumatóide revela que apenas seis por cento dos doentes tem acesso a medicamentos biológicos devido ao preço elevado, quando, segundo um especialista, um quarto dos pacientes necessita desta terapêutica.

Esta situação coloca Portugal na cauda da Europa no tratamento destes doentes, revela a mesma investigação.
"A principal conclusão do estudo é que Portugal tem uma prescrição de medicamentos biológicos de cerca de metade da média da Europa", disse à agência Lusa Jaime Branco, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), na véspera de se assinalar o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.

Jaime Branco adiantou que o 
"preço muito elevado destes fármacos por comparação com os medicamentos usados anteriormente traduz-se na baixa prescrição [cerca de seis por cento]", acrescentando que um quarto dos doentes tem indicação para fazer este tratamento.

O estudo revela ainda que o custo médio anual por doente é de 7492 euros, valor que coloca Portugal em 20. lugar entre 31 países.
Portugal tem "grande carência" de reumatologistas

Portugal tem uma grande carência de reumatologistas dada a grande prevalência deste tipo de doenças que são a principal causa de incapacidade temporária no país, disse à Lusa a especialista Margarida Oliveira.

Esta reumatologista será a responsável pela primeira escola de ecografia musculo-esquelética que está a ser criada em Portugal e deverá começar a fazer formação externa ainda este ano.

Esta é uma das novidades que estará em foco no XV congresso português de reumatologia, que reúne no Funchal, a partir de terça feira cerca, de 700 profissionais desta área de saúde durante três dias.
"Há uma grande carência de reumatologistas em Portugal", disse, mencionando existirem apenas cerca de 150 especialistas nesta área em todo o país, sendo que entre "20 e 30 por cento das queixas nas consultas" se relacionam com este tipo de doenças.

Margarida Oliveira salientou que os reumatologistas consideram a ecografia 
"um excelente método de diagnóstico em certas patologias músculo-esqueléticas e traumáticas, por ser relativamente acessível, inócua e de fácil execução na rotina da consulta".

De acordo com dados divulgados, as doenças reumáticas são responsáveis por 30 por cento de mobilidade reduzida e 46 por cento dos dias de absentismo laboral a nível nacional.

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Com Lusa



o que todos sabemos...nos doentes reumaticos :s:s


Jaime Branco diz que as doenças reumatológicas são as mais prevalentes na raça humana
Portugal precisa do dobro dos reumatologistas que tem
Portugal tem metade dos médicos reumatologistas do que aquilo que seria o mínimo exigível, disse ontem o Professor Doutor Jaime Branco, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, à margem do XV Congresso Português de Reumatologia, que está a decorrer num hotel do Funchal.
«Teremos cerca de 130 reumatologistas, contando já com os internos e precisávamos de ter, no mínimo, 260», especificou.
Conforme explicou, a reumatologia abrange um grande número de doenças (mais de 100), algumas com subtipos. Todos os estudos apontam para que a prevalência seja superior a 20 por cento. «Isto é, num determinado momento em que façamos qualquer estudo epidemiológico, mais de 20 por cento da população tem queixas reumáticas», exemplificou.


A doença mais prevalente


Jaime Branco salientou que nem todas as doenças reumatológicas têm o mesmo tipo de gravidade, mas «são a doença mais prevalente na raça humana». A mais frequente é a artrose, ou doença degenerativa das articulações.
O principal sintoma da doença é a dor. «São muito raras as doenças reumáticas que não são acompanhadas por dor, localizada no sistema muscular esquelético; pode ser uma dor muscular, articular, no tendão, óssea ou um conjunto de dores em todos estes elementos que constituem o sistema muscular esquelético», disse o especialista.
Outro dos aspectos da doença são as deformações. «Se a doença evoluiu sem tratamento durante um tempo suficiente as pessoas podem ter deformações. Se for osteoporose, podem ter uma fractura».
Para além disso, a doença pode tornar-se incapacitante.
«Pode ser uma incapacidade para o trabalho, mas pode ser também uma incapacidade, se a doença for suficientemente grave, para as actividades básicas da vida diária (vestir, despir, calçar, comer, etc.)», frisou o médico.
Jaime Branco disse que, dependendo do grau de incapacidade, o doente pode ter necessidade de um curador, isto é, de alguém da família ou não, que o possa ajudar nas actividades que já não consegue desempenhar sozinho.


Custos sociais e económicos


A situação, muitas vezes, traz problemas económicos ao doente, que «não tem o rendimento financeiro, porque deixou de poder trabalhar, mas precisa de ter dinheiro para pagar a quem o cuide», exemplificou.
Por outro lado, se o cuidador for da própria família do doente, acaba também por ter algumas consequências na sua vida. Isto é, o familiar deixa de ir trabalhar para poder levar o doente ao médico ou para o ajudar a fazer tratamentos, ou tem de trabalhar mais horas em casa, depois da sua actividade profissional, para poder fazer outro tipo de terapêuticas ao doente», disse Jaime Branco.
O especialista salientou que as doenças reumáticas «não matam, como por exemplo a SIDA, as doenças cardio-vasculares ou as doenças neoplásicas (cancro), mas, para além de serem as mais prevalentes na raça humana, são as principais responsáveis pelas consultas nos cuidados de saúde primários, são a primeira causa de baixa por doença e, também, a primeira causa de reforma antecipada por invalidez».


Causas são de vária ordem


As causas deste tipo de doença são variadas, diz o médico. Isto porque «estamos a falar de um conjunto inúmero de doenças».
A título de exemplo, Jaime Branco diz que «as causas da osteoporose são completamente diferentes da artrite reumatóide ou da fibromialgia, ou da gota úrica, por exemplo».
No seu conjunto, estas doenças podem ter, entre outras, origem genética, ambiental ou alimentar.
Jaime Branco disse que a artrose, é mais frequente nas pessoas obesas, afectando as articulações do joelho e da anca.
A osteoporose, por seu turno, é mais frequente em pessoas com alimentação deficitária em cálcio, ou que fumem ou bebam em excesso e é muito rara na raça negra.
As doenças reumatológicas podem afectar crianças, o que leva Jaime Branco a dizer que aí a origem é, essencialmente, genética.
«Quanto mais cedo começa a doença na vida, menos influência tiveram os componente ambientais», resumiu.
A maior parte das doenças reumáticas são crónicas, isto é, não têm cura. O diagnóstico precoce é vital para o seu tratamento.


Estudo epidemiológico em preparação


Jaime Branco aproveitou para anunciar que está a ser preparado um Estudo Epidemiológico das Doenças Reumáticas em Portugal. Para um universo de 9.000 pessoas a serem abrangidas pelo estudo, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia conta gastar, sem IVA, entre 1,2 e 1,4 milhões de euros. Jaime Branco salienta que estes números se referem apenas ao território continental, mas admite que se está a tentar integrar a Madeira e os Açores. Hipótese que, como disse, depende apenas do financiamento, visto que a integração das Regiões Autónomas faria elevar os custos do estudo.



ora aqui esta a minha ..quase certeza do que me aconteceu



08 de abril de 2010 (Bibliomed). É conhecido que a instalação da artrite reumatoide (AR) é aumentada no período pós-parto. O periódico Annals of Rheumatic Diseases traz um estudo, realizado em universidades da Noruega, que avaliou as taxas de incidência de AR e de outras artropatias crônicas nos períodos de 0-24 e 25-48 meses após o parto.


Das 183 pacientes com AR e das 110 com outras artropatias crônicas diagnosticadas após o parto, 37,7% e 28,2%, respectivamente, tiveram o diagnóstico nos primeiros 24 meses após o parto. A razão de incidência para diagnóstico nos primeiros 24 meses versus 25-48 meses foi de 1,73 para AR e 1,05 para outras artropatias crônicas. A razão de incidência foi de 2,23 e 1,87, respectivamente, quando era considerado apenas o diagnóstico após a primeira gestação. As características clínicas foram similares entre os grupos diagnósticos.


Este estudo mostra que não há diferença na proporção de casos incidentes de AR e de outras artropatias crônicas entre 0-24 meses após o parto. Na artrite reumatoide, é observado um pico de incidência nos primeiros 24 meses.



Doentes com artrite querem medicação comparticipada

Secretário de Estado da Saúde prometeu avaliar assunto à ANDAR,uma associação de doentes

2010-04-06

CLARA VASCONCELOS
O secretário de Estado da Saúde prometeu ontem uma "avaliação" à possibilidade do Estado vir a comparticipar em 100% os medicamentos considerados essenciais para o tratamento da artrite reumatóide, uma doença crónica que afecta 30 mil portuguese.
Miguel Pizarro respondia ao apelo lançado por Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR), durante as comemorações do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.
"Há doentes que já interromperam a medicação por dificuldades económicas", disse, pedindo ao secretário de Estado para que "apoie" estas pessoas e "comparticipe" a compra dos medicamentos. Pizarro lembrou que o Governo já comparticipa a 100% as terapêuticas biológicas "as mais dispendiosas de todas", mas prometeu que na reunião que manterá na próxima semana com a ANDAR, analisar se "se justifica" ou se é "sustentável" comparticipar outros medicamentos.
A ANDAR aproveitou também para comemorar os seus quinze anos de existência e adiantou parte dos dados de um inquérito que realizou e cujas conclusões serão reveladas em Outubro.
António Vilar, reumatologista e secretário-geral da associação, adiantou que "surpreendeu" o facto de 30% dos doentes terem considerado o seu estado mau ou muito mau. Dados europeus revelam que as terapêuticas existentes permitem controlar os sintomas em 90% dos doentes e que em dois terços atinge-se uma remissão da doença.
Os dados portugueses significam, segundo este médico, "que não estamos a conseguir o nível de performance que a medicação de que hoje dispomos permite".
O diagnóstico precoce é fundamental para o controlo desta doença, daí o apelo lançado aos médicos de família para que remetam os seus doentes para os reumatologistas, aos primeiros sintomas. A formação contínua destes médicos é também fundamental para que esse diagnóstico precoce seja efectivamente feito. "Quando uma articulação incha, dói, fica quente e tudo isto persiste para além das seis semanas, o doente deve ir ao seu médico e este deve referenciá-lo e enviá-lo para os especialistas". A necessidade de mais reumatologistas foi outro apelo lançado, mas, desta vez, tanto por António Vilar, como por Viviane Tavares, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia. "É necessário um diagnóstico precoce e a formação dos médicos de família para que ao mínimo sinal enviem os seus doentes para o reumatologista. Mas para isso, é preciso que o reumatologista esteja lá", disse.







cada vez me surpreende mais...

porque saiu-se a dias com uma conversa que me deixou a pensar e fiquei "em choque".
"Mama eu quero ser medica,para curar os teus dói dóiis"
depois a comer diz :"mamã eu tenho de comer tudo para ser grande e ser medica"
e na rua diz as pessoas,disse ao medico...fico enternecida com as palavras dela,mas ao mesmo tempo sinto que ela esta atenta a tudo,e infelizmente tem passado pelas minhas crises,o que eu acho que nao é bom.
Mas que os médicos acabam por me dizer que é bom,pois desperta lhe um outro lado.. não sei o que pensar.Ainda bem que vai para a escolinha em Setembro,sempre vai acabar por distrair-se e nao me vai ver tantas vezes a ir ao medico,pois agora ela apercebe-se muito porque sempre que vou para o medico ela fica com a avó, e se for para a escola acaba por nao me ver ir embora e saber se vou ao medico..
AMO TE FILHA E NAO QUERO QUE SOFRAS,É IMPOSSIVEL ESCONDER TE A DOENÇA POIS ELA ESTA PRESENTE NA MOBILIDADE DA MAMA,E PARA TE PEGAR AO COLO...



5 de abril de 2010

5 DE ABRIL DIA NA ARTRITE REUMATOIDE

5 de Abril - Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide



Devido à gravidade que a artrite reumatóide vai assumindo em Portugal, o Ministério da Saúde instituiu o dia 5 de Abril como o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.

No site da Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) pode-se ler o texto que explica os motivos que motivaram esta decisão por parte do Ministério da Saúde:

«Considerando o elevado número de pessoas, cerca de 100 000, que, em Portugal, sofrem de artrite reumatóide, doença que afecta profunda e gravemente todos os que dela padecem, determinando, por vezes, a incapacidade permanente.

Considerando a necessidade de sensibilizar os cidadãos portugueses para os problemas de ordem pessoal, familiar e profissional que, diariamente, afligem quantos sofrem deste reumatismo crónico.

Considerando, ainda, a importância de que se revestem a divulgação e difusão dos conhecimentos e das medidas de tratamento e prevenção no combate àquela doença, instituo o dia 5 de Abril como Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide».



Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide

Esta Associação destina-se a doentes com Artrite Reumatóide, seus familiares, e a todos os que se identifiquem com os objectivos da Associação.

Os seus objectivos fundamentais são: o apoio médico social ao doente com Artrite Reumatóide; a organização de encontros de doentes onde possam expressar as suas dificuldades e dúvidas em relação à sua doença; realização de programas e acções de informação; promoção de Edições sobre a doença; colaboração com outros Serviços, nacionais ou estrangeiros, para troca de informações.

A Associação pretende ainda criar núcleos regionais e promover a constituição de grupos de auto-ajuda através de protocolos a estabelecer com Serviços de Reumatologia e outros.



Hoje dia 5 de Abril é o dia nacional dos doentes com artrite reumatóide. A palavra artrite é oriunda do grego (arthorn = articulação) e significa inflamação das articulações.
A artrite reumatóide (A.R.) é uma doença inflamatória crónica, e ainda hoje não são conhecidas as suas causas. Normalmente manifesta-se nas articulações contudo, pode atingir outros órgãos. Pela sua frequência e relevância médico e social, é a doença reumática com maior importância e que exige maior atenção e cuidados.
Esta doença é 3 ou 4 vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. Pode atingir indivíduos de todas as idades é, porém, mais frequente a partir dos 30 anos e até aos 50.
Esta enfermidade está espalhada por todo o mundo, não respeita nem raças nem climas. Sabe-se apenas que não é uma doença hereditária e não é contagiosa. Os principais sintomas consistem em rigidez matinal, a dor e a tumefacção das articulações. Por enquanto em nenhuma parte do mundo se conhece cura para esta doença. Estes doentes devem ter uma dieta equilibrada em proteínas, hidratos de carbono e gorduras, rica em vitaminas e sais minerais. O repouso é muito importante especialmente nas fases agudas, para além de diminuir a fadiga, reduz a inflamação. Embora sendo uma doença que não tem cura, é susceptível de ser bem tratada, e propicia ao doente uma vida produtiva e feliz, desde que este se empenhe vivamente e nunca desista dos tratamentos. Quando tratada de forma tardia pode tornar-se uma doença altamente incapacitante. Existe uma associação de apoio a estes doentes e seus familiares que tem como sigla ANDAR - Associação Nacional dos Doentes Com Artrite Reumatóide.







1 de abril de 2010

O que é a Fibromialgia


A fibromialgia é uma síndroma crónica caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. Outras manifestações que acompanham também as dores são a fadiga, as perturbações do sono e os distúrbios emocionais. Alguns doentes queixam-se de perturbações gastrointestinais.
Há várias descrições da doença desde meados do século XIX mas apenas foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como doença no final da década de 70.
Sofrem da doença de 2 a 8% da população adulta dependendo dos países.
Da população atingida, entre 80 a 90% dos casos são mulheres com idade entre os 30 e os 50 anos.
A DOR NA FIBROMIALGIA
O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor, que pode afectar uma grande parte do corpo.
Em certas ocasiões, a dor começa de forma generalizada, e em outras numa área como o pescoço, ombros, região lombar etc.
A dor da fibromialgia pode ser descrita como queimadura ou mal estar. Às vezes podem ocorrer espasmos musculares .
Com frequência, os sintomas variam em relação à hora e ao dia , podendo ter maior incidência matinal, agravando-se com a actividade física, com as mudanças climáticas, com a falta de sono e o stress, etc.
Acredita-se que a doença seja devida a uma perturbação dos mecanismos da dor, nos fusos neuromusculares, não havendo propriamente lesão de qualquer órgão, nomeadamente músculos ou articulações, podendo nalguns casos ser altamente invalidante.
OUTROS SINTOMAS E ASPECTOS DA FIBROMIALGIA
Além da dor a fibromialgia pode causar sensação de formigueiro e inchaço nas mãos e pés, principalmente ao levantar da cama assim como ocasionar rigidez muscular.
Outra alteração da fibromialgia associada à dor é a fadiga, que se mantém durante quase todo o dia com pouca tolerância ao esforço físico.
Quando o sintoma Dominante é a Fadiga a doença tem sido designada por Síndroma da Fadiga Crónica.
As pessoas com fibromialgia queixam-se com frequência de ansiedade, às vezes há depressão, perturbações da atenção, concentração e da memória.
Alguns doentes têm queixas gástricas e cólon irritável.
Cerca de 70% dos doentes com fibromialgia queixam-se de perturbações do sono, piorando as dores nos dias que dormem pior.
Os registos electroencefalográficos podem apresentar alterações em relação com as perturbações do sono.
Há relatos de casos de fibromialgia que começam depois de uma infecção bacteriana ou viral, um traumatismo físico ou psicológico.
Existem estudos que mostram que pessoas com esta doença, apresentam níveis baixos de algumas substâncias importantes, particularmente a serotonina e níveis elevadas de proteína P relacionados com a dor.
DIAGNÓSTICO
Dado que não existem exames ou análises que permitam a confirmação do diagnóstico, este é feito com a história clínica, a observação médica pondo em evidência pelo menos 12 de 18 pontos dolorosos representados nas figuras ao lado, associados à fadiga, às perturbações do sono e às alterações emocionais. Na Síndroma da Fadiga Crónica sem dores não há pontos dolorosos o que torna a situação muito mais aleatória.
Em resumo os Critérios de Diagnóstico são:
Duração superior a 3 meses de:
Dor difusa pelo corpo.
Dor à apalpação de 12 de 18 pontos dolorosos.
E pelo menos mais 2 dos 3 sintomas seguintes:
- Fadiga
- Alterações do sono
- Perturbações emocionais
- Devem no entanto ser investigados a presença de lesões nos músculos, alterações do sistema imunológico, problemas hormonais e principalmente doenças reumáticas, etc.
- No caso da fibromialgia todos os exames e análises devem ser normais.
PROGNÓSTICOS E TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA
Há várias medicações muito úteis para atenuar os sintomas da fibromialgia e muitas outras estão a surgir.
Os estudos a longo prazo sobre fibromialgia têm demonstrado que se trata de uma doença crónica com uma evolução alternando períodos melhores com outros de grande crise em que a medicação é fundamental.
Um dos aspectos que por vezes é determinante para o prognóstico é a relação entre o doente, os familiares, os colegas de trabalho e a comunidade, e não menos importante, mas indispensável, é o apoio e uma boa relação médico / doente.
Dr. Fernando Morgado - Neurologista

ALGUMAS NOTAS SOBRE FIBROMIALGIA - Dr. Sanchez Silva

1 - O QUE É?

Trata-se de uma doença crónica, que predomina no sexo feminino (relação mulher / homem - 10/1), caracterizada por dor generalizada , fadiga, sono não reparador e hipersensibilidade dolorosa.

2 - GRUPO EM QUE SE INSERE:
Devido ao desconhecimento das causas da doença, torna-se difícil o seu enquadramento, embora a maioria dos autores a classifique como Síndroma Astenia Crónica / Doença Reumática.

3 - PREVALÊNCIA:
Embora não haja estatísticas rigorosas para Portugal, calcula-se que 5% a 6% da população sofre da doença, havendo uma distribuição pelas diversas faxas etárias, desde a idade escolar, com predominância nas mulheres acima dos 40 anos.
Existe, contudo, uma certeza:
É, neste momento, uma doença em expansão.
A observação de diagnósticos comuns a elementos da mesma família, não nos permite, ainda, concluir que seja uma doença hereditária.

4 - HISTÓRIA DA DOENÇA:
Já Hipócrates descreve a dor musculo-esquelética difusa.
Em 1824, Balfour faz a associação entre reumatismo e pontos dolorosos.
Em 1880, Beard classifica como Mielastenia uma síndroma com as características da Fibromialgia.
No início do séc xx, Growers introduz o termo "Fibrosite"por supor (algo nunca comprovado), que se trataria de alterações fibromusculares.
Em 1972, Moldofsky identifica as perturbações do sono Nrem.
Em 1977, Smythe e Moldofsky associam a presença de dor crónica e generalizada com pontos dolorosos em locais previsíveis e sono não reparador.
Em 1990, o Colégio Americano de Reumatologia define os critérios de diagnóstico ainda agora utilizados.

5 - FISIOPATOLOGIA:
Especula-se, ainda, acerca da origem da doença.
Sabe-se que os doentes de fibromialgia apresentam diminuição de seretonina e ácido 5 - Hidroxindolacético no LCR e no plasma, assim como elevação da substância P no LCR e hipovascularização de algumas regiões cerebrais, alterações no EEG de sono nocturno, na fase Nrem, hipertonia simpática, alterações da memória recente, além de outras alterações, mas que, todas elas são comuns a outras patologias.
O mais provável é que seja uma causa multifactorial.

6 - DIAGNÓSTICO:
Critérios de diagnóstico da Sociedade Americana de Reumatologia:
A - Manifestações nucleares
- Dor crónica generalizada, com evolução de, pelo menos, 3 meses, abrangendo a parte superior e inferior do corpo, lado direito e esquerdo, assim como o esquerdo axial.
- Dor à pressão, em, pelo menos, 11 de 18 pontos predefinidos, a saber:
1. - Ponto occipital
Bilateral, nas inserções do músculo sub-occipital.
2, - Ponto cervical inferior
Bilateral, na face anterior dos espaços intertransversários de C5 e C7
3. - Ponto trapézio
Bilateral, no ponto médio do bordo superior do músculo.
4. - Ponto supra espinhoso
Bilateral, na origem do músculo acima da espinha da omoplata, junto do bordo interno.
5. - Ponto 2ª costela
Bilateral, na junção costo-condral da 2ª costela, imediatamente para fora da junção e na face superior.

6. - Ponto epicôndilo
Bilateral, 2 cm externamente ao epicôndilo.
7. - Ponto glúteo
Bilateral, no quadrante superior externo da nádega, no folheto anterior do músculo.
8. - Ponto grande trocanter
Bilateral, posterior à proeminência trocantérica.
9. - Ponto Joelho
Bilateral, na almofada adiposa interna, acima da interlinha articular.

Os pontos dolorosos não são de dor espontânea.
A sua pesquisa deve ser efectuada com uma pressão digital de 4kg.
A dor não deve irradiar.

B - Manifestações Características:
Fadiga crónica, sono não reparador, parastesias, rigidez (sobretudo matinal), edema subjectivo, cefaleias, síndroma de colon irritável, fenómeno de Raynaud, depressão/ansiedade, hipersensibilidade generalizada à pressão e mudanças de temperatura ( tipo sindroma gripal).
O diagnóstico é exclusivamente clínico, não existindo exames subsidiários caracteristicamente positivos na fibromialgia.

7 - DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:

Tendo em consideração que os sintomas de fibromialgia são comuns a outras doenças que têm tratamento diferente, sendo que algumas são potencialmente graves em termos de sobrevida, serão de excluir os diagnósticos de:
- Artrite reumatóide; Lupus eritematoso sistémico; Espondilite anquilosante; Polimiosite; Sindroma de Sjörgen; Polimialgia reumática; Osteomalácia ; Osteoporose; Doença vertebral degenerativa; Sindroma de dor miofascial; Hipotiroidismo;Hipertiroidismo; Hiperparatiroidismo; Sindroma paraneoplásico; Miopatia metabólica; Metastização tumural; Mieloma múltiplo, Polineuropatias; Doença de Parkinson;Sarcoidose; Infecções víricas; Neuroses; Psicoses; Ansiedade; Depressão.
Qualquer destas patologias pode coexistir com a Fibromialgia.

8 - ALGUNS MITOS:
A fibromialgia é uma Doença Psiquiátrica?
Não!
Trata-se de uma doença orgânica crónica, a qual, dadas as suas características (dor generalizada, cansaço fácil) e à incompreensão de todos aqueles que rodeiam o doente, leva, muitas vezes, a que os mesmos desenvolvam reacções do foro psíquico.
Estudos recentes (Petzeke e Col) comparativos e randomizados comprovam que nestes doentes há uma hiperalgesia, independentemente de factores psíquicos.
Basta imaginar o estado de espírito de qualquer um de nós perante uma dor de dentes contínua desde há anos e sem alívio!...

A Fifromialgia tem cura?
Não!
Aliás, com o passar dos anos, o doente tende a piorar, se não houver condições para um adequado tratamento, adaptação ou perante a ausência da ajuda de terceiros nas diversas tarefas diárias.

Há algum medicamento específico?
Não!
O tratamento é Multidisciplinar e tem de ser adaptado a cada doente e à fase em que se encontra.

O Doente de Fibromialgia é Simulador? Piegas?
Não!
Trata-se de uma Doença Orgânica, que pode ser extremamente Incapacitante, afectando seriamente a qualidade de vida do doente e para a qual não há tratamento específico.

O Doente Nunca mais pode Trabalhar?
Em alguns casos é verdade, mas na maioria Pode e Deve trabalhar, mas...
Ao seu ritmo e respeitando Períodos de Repouso e em ambientes Sem Pressão ou Stress.

Não vale a pena Tratar?
Embora a doença não tenha cura, Pode e Deve ser tratada no sentido do alívio dos Sintomas e Melhoria da Qualidade de Vida dos doentes.

9 - TRATAMENTO:

O primeiro passo é Acreditarmos no sofrimento do doente!
Seguidamente, envolver o doente no seu tratamento. Cada sujeito activo compreendendo e colaborando na responsabilidade do Sucesso / Insucesso.
Deve frisar-se que se trata de uma doença crónica e que o tratamento visa, não a Ausência de Sintomas, mas o seu Controlo.
Também teremos que estar preparados para Adaptar os esquemas terapeuticos à evolução das queixas.
É sempre um tratamento Individualizado e consta de:
1 - Tratamento Farmacológico:
A aminotriptilina, em doses baixas ( 10mg - 25mg/ dia), a fluoxetina, o diazepan e outros miorrelaxantes, ansiolíticos, indutores do sono, antiepiléticos, (o topiramato em doses até 75mg/dia tem-se mostrado útil), assim como alguns analgésicos como o paracetamol, com e sem codeína, os salicilatos, o tramadol, revelam alguma eficácia.
Os carticoesteroides, devido aos efeitos secundários e à quase ineficácia, são de Evitar!

2 - Tratamento Psiquiátrico:
O apoio psiquiátrico nunca deve ser de descurar, sempre que se revele necessário, sob a orientação de médico psiquiatra com experiência em dor.

3 - Psicoterapia Coadjuvante:
Particularmente útil nas áreas Cognitiva / Comportamental:
Aprender a viver com a doença e aceitar as suas limitações, assim como aprender a lidar com o stress.
Técnicas de Bio-Feedback têm-se mostrado úteis.

4 - Fisioterapia:
Apenas quando individualizada e efectivada por técnicos com experiência nestes doentes.

5 - Exercício Físico:
Fundamental, se adaptado às condições do doente.
Aconselha-se, essencialmente, a caminhada e natação (sem grande esforço), em ambientes agradáveis e tépidos.
É importante não descurar o Exercício Físico, porque a inacção para que tendem os doentes de Dor Crónica, acarreta consequências psíquicas e físicas como Depressão, Obesidade, Atrofia Muscular, Osteoporose, atralgias, tudo situações que acabam também e por si só, gerar doença.

10 - A FIBROMIALGIA E O DOENTE:
Como em qualquer outra doença dolorosa crónica e tendencionalmente incapacitante, estes doentes apresentam-se muito queixosos, com níveis de auto-estima baixos, angustiados, revoltados, não compreendidos e uma história de grande dificuldade em gerir a sua vida familiar, laboral e social.
A FAMÍLIA:
Factor primordial, para o melhor e para o pior, na evolução destes doentes.
Muitas vezes não colabora, acusando o doente de "preguiçoso", "piegas" ou "desequilibrado" emocionalmente.
Normalmente, após elucidado, o agregado familiar passa a colaborar, sendo de grande importância, pelo suporte que pode dar ao doente.
Por vezes, a própria família precisa de Apoio.

O TRABALHO:
Devido às características da doença, a rentabilidade baixa, o que, muitas vezes, acarreta acusações dos colegas e superiores hierárquicos, criando um meio hostil.
Devem-se diminuir os níveis de Stress do doente, respeitando os seus Ritmos de trabalho e/ou mudando de Actividade profissional.

A SOCIEDADE:
Normalmente, a incapacidade inerente à doença implica uma marcada diminuição da quantidade e qualidade da Vida Social destes doentes, assim como um aumento de gastos com o consumo de Serviços de Saúde e da Segurança Social, com faltas ao trabalho e Reformas precoces.
O Estado português ainda não facilita a estes doentes os direitos que lhes deveriam ser atribuídos, de acordo com o reconhecimento da patologia já existente, revelando-se duplamente penalizante para o doente e agregado familiar.

A EQUIPA DE SAÚDE:
É fundamental Acreditar no sofrimento do doente, Ser Solidário, Não desistir, estar Disponível e Atento, Aprender e Ensinar e Nunca esquecer que o doente de fibromialgia também é passível de desenvolver outras doenças.

O MÉDICO DE FAMÍLIA:
Cremos ser a base da Gestão destes doentes, porque os conhece individualmente desde há longos anos, conhece as famílias e tem a sua confiança, o ambiente laboral e os factores de risco individuais.
São factores fundamentais para um adequado Diagnóstico Diferencial, Seguimento e Intervenção Terapêutica, assim como pela proximidade e acessibilidade ao doente.

AS ASSOCIAÇÕES DE DOENTES:
Fundamentais na Divulgação da Doença, quer na Sociedade em geral através dos Média, quer na Classe Médica, através da Organização de Eventos Científicos, de que esta Revista é um exemplo.
Muito importante, também, no Apoio Individual ao doente, quer através de troca de experiências, quer através da Orientação para os locais mais idóneos, onde procurar Tratamento, assim como organizações de Sessões de Esclarecimento individual e colectivo, orientadas para os doentes, familiares e Sociedade em geral.
Fundamentais, enquanto Grupo de Pressão sobre a Classe Médica, Órgãos de Soberania e todos os Cidadãos, no sentido de uma melhor compreensão e uma Resposta Mais Eficaz Aos Doentes!

Sanchez Silva - Médico (Assistente Graduado de Medicina Geral Familiar)
Presidente do N.A.F. (Núcleo de Apoio à Fibromialgia)