2010-05-11
Articulação (vista ao microscópio) do tornoselo e da base dos pés de animais com artrite |
A artrite reumatóide é uma doença auto-imune crónica caracterizada pela inflamação/destruição das articulações que provoca incapacidade progressiva do doente e está associada a mortalidade prematura. Uma combinação de causas genéticas e ambientais contribuem para o aparecimento da doença, que, a nível biológico, se caracteriza por uma resposta imunitária complexa envolvendo uma série células diferentes incluindo vários tipos de linfócitos (glóbulos brancos).
No estudo ontem publicado, os investigadores basearam-se num modelo de ratinho usado para estudar este problema nas articulações, que trataram com o anticorpo cuja actividade terapêutica queriam testar, num processo genericamente denominado por imunoterapia.
Luís Graça
Médico e investigador, sendo actualmente o director da Unidade de Imunologia Celular do IMM e professor de Imunologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. O investigador doutorou-se me Imunologia, em 1995, pela Universidade de Oxford, Reino Unido, tendo realizado pós-doutoramento em Oxford e Perth, Austrália.Os resultados da investigação mostraram que a administração do anticorpo anti-CD4 alterava o equilíbrio entre dois tipos de células do sistema imunitário, favorecendo a imunotolerância (estado normal do organismo em que este não causa danos às componentes do corpo, como as articulações, mas permanece competente para combater infecções), dificultando o desenvolvimento de doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide.
O estudo mostrou ainda que este efeito não compromete, por seu lado, a capacidade do sistema imunitário do ratinho reagir, simultaneamente, contra agentes inflamatórios/ infecciosos externos (imunocompetência). “Esta não é a primeira vez que se usam anticorpos deste tipo como terapia para doenças auto-imunes, mas os resultados têm sido modestos. Daí a relevância de mostrar que esta terapia pode ser eficaz na prevenção de um modelo animal de artrite reumatóide”, afirma Luís Graça, investigador do IMM que liderou o estudo.
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