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18 de outubro de 2010


Mais de sete em cada dez pessoas com artrite reumatóide têm o seu desempenho profissional seriamente afectado por esta doença incapacitante que ataca sobretudo mulheres, revela um estudo desenvolvido pela Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR).
O estudo, apresentado hoje, Dia Internacional das Doenças Reumáticas, na Assembleia da República, revela que a artrite reumatóide provoca alterações médias a extremas no desempenho profissional de mais de 70 por cento dos doentes em idade activa, entre os 35 e os 65 anos.

Esta análise, feita com o propósito de analisar o perfil dos doentes com artrite reumatóide em Portugal, revela que a patologia afecta sobretudo as mulheres, em idade activa, e tem grandes impactos no desempenho funcional e profissional dos doentes.

As alterações na vida laboral “traduzem-se sobretudo em absentismo - baixas e redução do tempo de trabalho - e em reformas antecipadas, com os impactos pessoais e socioeconómicos daí decorrentes”.

“Os dados recolhidos junto de 1064 doentes apontam, ainda, para dificuldades na realização das actividades do dia-a-dia, mesmo em idades mais jovens, com mais de 60 por cento dos doentes a referir alguma ou muita dificuldade em realizar a maior parte das actividades referidas, o que se reflecte num grande impacto na condição emocional dos doentes”.

Durante a tarde decorrerá no Centro Cultural de Belém um workshop sobre “As doenças reumáticas em Portugal” organizado pelo Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas, pela Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas, pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia e pela ANDAR.

Este encontro reúne especialistas e doentes num encontro em que se pretende explicar o que são as doenças reumáticas, a necessidade do seu diagnóstico atempado e o impacto económico e social que estas patologias representam para o país.

Os especialistas alertam que Portugal tem uma das piores taxas de cobertura de reumatologistas na Europa e que apesar do “esforço em aumentar as vagas para a formação de novos especialistas pelos hospitais, o Estado não abre as vagas nesta área da medicina”.

O número de médicos é fundamental para que o diagnóstico seja feito de forma precoce, evitando maiores danos provocados pela doença, mas neste momento o diagnóstico de artrite reumatóide é feito em Portugal, em média, seis anos após o início das queixas.

No caso da espondilite anquilosante e em outras espondilartrites o tempo entre o início das queixas e o diagnóstico é de cerca de oito anos.

De acordo com últimos dados da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, um em cada três portugueses terá em qualquer fase da sua vida uma doença reumática o que representa uma prevalência de 30 por cento na população. Estas queixas atingem cerca de um milhão e 700 mil mulheres e 970 mil homens.

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