Registou-se a primeira morte causada pela Gripe A no Hospital de Reynaldo dos Santos (HRS) em Vila Franca de Xira. Patrícia Cachapa tinha 24 anos, morava na localidade da Granja de Alpriate, freguesia de Vialonga, e faleceu às 18h20 de sexta-feira, 20 de Novembro.2009 A confirmação foi dada a O MIRANTE pela administração do hospital. A delegada de saúde, Teresa Galhardo, disse ao nosso jornal que é a primeira vítima de Gripe A registada e confirmada no concelho de Vila Franca de Xira.
A jovem sofria de artrite reumatóide juvenil, tinha uma doença pulmonar e era imunosuprimida (sistema imunitário debilitado devido a medicamentos para a artrite reumatóide). O óbito aconteceu depois de Patrícia Cachapa ter dado entrada nas urgências do Hospital de Vila Franca de Xira duas vezes na mesma semana. A primeira visita ao Reynaldo dos Santos aconteceu na madrugada de terça-feira, 17 de Novembro. De acordo com o hospital, além das patologias de base, apresentava “um quadro de tosse, sem febre que não se enquadrava nos critérios definidos pela Direcção Geral de Saúde para a Gripe A. Foi medicada em conformidade e teve alta”.
“A minha filha queixava-se de dores no peito e nas costas. Disseram para repousar e tomar um Ben-U-Ron de oito em oito horas caso tivesse febre”, conta a mãe, Lucinda Cachapa a O MIRANTE, garantindo que a filha ainda não tinha sido vacinada contra a Gripe A. A situação agravou-se e na quinta-feira, 19 de Novembro, por volta das 16h20, deu entrada novamente nas urgências do HRS com dificuldades respiratórias, febre e o facto de fazer parte de um grupo de risco “fez com que se accionassem os protocolos em vigor para o tratamento, despiste e diagnóstico da Gripe A”, refere o hospital.
A jovem foi isolada e colocada nos cuidados intensivos por agravamento súbito do seu estado de saúde. Foram solicitadas as análises ao Instituo Ricardo Jorge em Lisboa e Patrícia Cachapa começou a fazer a terapêutica com Tamiflu. Viria a falecer na sexta-feira, 20 de Novembro, praticamente 24 horas depois de ter dado entrada no hospital.
Na segunda-feira, 23 de Novembro, o Instituto Ricardo Jorge confirmou tratar-se de um caso de Gripe A.
Patrícia frequentava o terceiro ano do curso de Informática e Gestão no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa. Desde muito cedo que andava numa cadeira de rodas por causa da artrite reumatóide – chegou a partir as pernas por cinco vezes em criança – e era transportada todos os dias para a universidade, pelos bombeiros Voluntários de Vialonga que a iam buscar no final das aulas. Lucinda e António Cachapa estão destroçados com a morte de uma das duas filhas. Dizem que a Patrícia era uma filha “revoltada e um pouco isolada por causa da doença que tinha”. O funeral decorreu na manhã de terça-feira, 24 de Novembro.
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